O Fim da Linha: Hugo Motta Confirma Cassação de Eduardo Bolsonaro e Interpol é Acionada contra Ramagem

Eduardo Bolsonaro reage a voto de Moraes: "Caça às bruxas continua"

O cenário político brasileiro estremeceu nas últimas horas com a confirmação de que o “03” pode perder o mandato a qualquer momento por excesso de faltas, enquanto Alexandre de Moraes aperta o cerco internacional contra aliados do clã Bolsonaro.

A política em Brasília é conhecida pelas suas reviravoltas, mas o que se desenha para o encerramento deste ano legislativo é um autêntico “xeque-mate” jurídico e parlamentar. Dois nomes centrais do movimento bolsonarista, Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem, enfrentam agora o momento mais crítico das suas carreiras, com a ameaça real de prisão e extradição a pairar sobre as suas cabeças.

Eduardo Bolsonaro: O Deputado Ausente na Mira de Hugo Motta

A situação de Eduardo Bolsonaro na Câmara dos Deputados tornou-se insustentável. Segundo informações recentes, o deputado faltou a nada menos que dois terços das sessões deliberativas este ano. Pela Constituição e pelas regras internas da Casa, um parlamentar só pode ausentar-se, sem justificativa, de até um terço das sessões. Eduardo dobrou essa marca, enquanto continuava a usufruir de um aparato público nababesco: um salário integral, verbas de gabinete que superam os 130 mil reais mensais, auxílio-combustível e aluguer de carros blindados.

Hugo Motta, favorito à presidência da Câmara, deu um ultimato de cinco dias para que o filho do ex-presidente explicasse o seu paradeiro e as suas ausências. O prazo termina hoje. A pressão interna é enorme; aliados de Motta aconselham-no a assinar a cassação sumária por via administrativa, evitando o desgaste de uma votação em plenário que se arrastaria até 2026. Se a caneta de Motta agir, Eduardo perde o foro privilegiado imediatamente, abrindo caminho para que o STF execute ordens de prisão sem a necessidade de autorização legislativa.

A “Tour” pelos Ditadores e o Isolamento Internacional

Enquanto o seu mandato derrete em Brasília, Eduardo Bolsonaro tem sido visto numa espécie de “itinerário desesperado” por países com governos autoritários. De El Salvador à Hungria, passando pelo Qatar e Israel, o objetivo parece ser um só: encontrar um porto seguro ou uma garantia de que ordens da Interpol não seriam cumpridas.

No entanto, as notícias não são boas para o “03”. Fontes indicam que nenhum destes governos está disposto a comprar uma briga diplomática direta com as instituições brasileiras. Até mesmo Donald Trump, nos Estados Unidos, teria sinalizado ao governo Lula que não pretende interferir em questões judiciais que envolvam cidadãos brasileiros na lista da Interpol. O isolamento é quase total. Rumores irónicos sugerem que apenas a Coreia do Norte, que não faz parte da Interpol, poderia oferecer proteção, mas o destino ali seria incerto e perigoso.

Alexandre Ramagem: Luxo em Miami e a Sombra da Interpol

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Se a situação de Eduardo é política, a de Alexandre Ramagem já é estritamente policial. O ex-diretor da ABIN e atual deputado está foragido nos Estados Unidos, vivendo num condomínio de luxo em Miami, onde os alugueres ultrapassam os 50 mil reais mensais. A estrutura conta com praias artificiais, lojas de grife e segurança máxima.

A grande revelação que chocou a opinião pública foi o apoio logístico e financeiro que Ramagem teria recebido de garimpeiros ilegais para a sua fuga. A Polícia Federal investiga como um funcionário público de carreira consegue manter um padrão de vida tão elevado no exterior. Alexandre de Moraes já acionou os mecanismos de cooperação internacional. Com o pedido de extradição e a inclusão iminente na “Difusão Vermelha” da Interpol, Ramagem pode ser detido pela polícia americana a qualquer instante.

O Papel de Alexandre de Moraes e a Estratégia do STF

O ministro Alexandre de Moraes tem demonstrado uma “paciência estratégica”. Ele aguarda o desfecho administrativo na Câmara para agir com total segurança jurídica. Uma vez que Eduardo Bolsonaro perca o mandato, ele torna-se um cidadão comum sujeito às leis ordinárias. O crime de obstrução de justiça e a tentativa de coação de magistrados — crimes reconhecidos internacionalmente — são os pilares que sustentam os pedidos de prisão.

O líder do PT, Lindbergh Farias, também entrou com um mandado de segurança no STF para acelerar esse processo, tentando garantir que a cassação ocorra antes de qualquer manobra política de Hugo Motta.

Conclusão: O Desfecho de uma Era

Estamos a assistir ao que muitos analistas chamam de “o fim do jogo”. Sem o escudo do mandato, sem o apoio de potências estrangeiras e com provas de irregularidades financeiras e administrativas a acumularem-se, o núcleo duro do bolsonarismo enfrenta o seu inverno mais rigoroso. O desfecho pode ocorrer nas próximas horas ou semanas, mas uma coisa é certa: a justiça brasileira nunca esteve tão perto de alcançar aqueles que se julgavam intocáveis além-mar.