Brasília, 20 de Dezembro de 2025 — Os corredores do Congresso Nacional nunca estiveram tão carregados de eletricidade. O que se vê hoje em Brasília não é apenas o habitual jogo político de trocas de favores, mas o nascimento de uma tempestade perfeita que ameaça as colunas mais altas da República. A pacata rotina parlamentar deu lugar a uma mobilização frenética, onde senadores da oposição e até mesmo figuras independentes parecem ter chegado ao seu limite. O alvo? Uma suposta aliança inabalável entre o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), representada pelas figuras do presidente Luís Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre de Moraes.

A narrativa que ecoa pelas redes sociais e ganha corpo nas tribunas é clara: o Senado Federal, historicamente criticado por sua letargia e passividade diante das decisões monocráticas do Judiciário, decidiu finalmente exercer seu papel de contrapeso constitucional. A pressão popular, somada a novas revelações de diálogos e movimentações financeiras suspeitas, criou um cenário de “tudo ou nada”.
O Fantasma das Mesadas e as Conexões Perigosas
O estopim para esta nova fase da crise envolve diretamente a família presidencial. Transcrições de mensagens de WhatsApp, obtidas em investigações recentes da Polícia Federal e apresentadas em requerimentos na CPMI do INSS, trouxeram à tona o nome de Roberta Luxinger, figura próxima à nora do presidente Lula. O conteúdo é explosivo: menções a “mesadas” de R$ 300.000 e envelopes encontrados com nomes de familiares diretos do presidente durante operações de busca e apreensão.
Em um vídeo recente que circula com força viral, o presidente Lula afirmou que “ninguém ficará livre” e que, se houver envolvimento de seus filhos, eles devem ser investigados. Contudo, a oposição não tardou em classificar a fala como uma “bravata para iludir a população”. O requerimento para convocar “Lulinha” à comissão de inquérito já está pronto, e o clima é de confronto direto. A pergunta que paira no ar é: o governo terá força para blindar seus aliados mais próximos desta vez, ou o cerco finalmente se fechou?
Alexandre de Moraes e o Senado: O Ponto de Ruptura
Enquanto o Executivo lida com as chamas de escândalos familiares e administrativos, o ministro Alexandre de Moraes enfrenta uma ofensiva legislativa sem precedentes. As críticas contra o magistrado concentram-se no que juristas e parlamentares chamam de “hipertrofia do Judiciário”. Decisões monocráticas que interferem na liberdade de expressão, suspensão de perfis em redes sociais e medidas consideradas desproporcionais contra parlamentares no exercício de seus mandatos alimentaram um ressentimento que agora se traduz em pedidos reais de impeachment.
A coleta de assinaturas para o afastamento de Moraes ganhou uma tração que muitos consideravam impossível há alguns meses. Líderes partidários admitem reservadamente que o Senado não pode mais ignorar o clamor de uma parcela significativa da sociedade que vê no STF uma “instância com atribuições legislativas”. A percepção de que leis aprovadas pelo Congresso são sistematicamente anuladas ou ignoradas pela Corte criou uma união pragmática entre conservadores, liberais e dissidentes do governo.
O “Consórcio de Poder” e a Reação de Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro, figura central da oposição, observa o desenrolar dos fatos com uma mistura de cautela e satisfação estratégica. Para seus aliados, a “casa caiu” para o que chamam de “consórcio de poder” entre o Planalto e o STF. A narrativa bolsonarista ganha força ao vincular os excessos judiciais ao apoio tácito de Lula, argumentando que um poder alimenta o outro para manter a estabilidade de um sistema que exclui a vontade popular.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/R/3/blmCgLTLC0QmN0vqUyDQ/design-sem-nome-1-.png)
A estratégia da oposição no Senado é paralisar agendas econômicas vitais para o governo até que os pedidos de impeachment sejam devidamente apreciados pela presidência da casa. O presidente do Senado, sob pressão intensa de ambos os lados, encontra-se em uma posição onde qualquer movimento pode ser o último de sua carreira política de alto nível.
Implicações para a Democracia e a Economia
Juristas consultados alertam que o Brasil está entrando em um “terreno inexplorado”. Processos simultâneos de impeachment contra um Presidente da República e um Ministro do Supremo são raríssimos na história das democracias modernas. O rito exige um quórum qualificado extremamente elevado, mas, como a história brasileira ensina, o “momento político” muitas vezes atropela a burocracia técnica.
A instabilidade institucional já começa a refletir na economia. O mercado financeiro, avesso a incertezas, observa com lupa a capacidade do governo de manter sua base aliada. No Palácio do Planalto, reuniões de emergência varam a noite para mapear a fidelidade de cada senador. O risco de os processos avançarem deixou de ser uma teoria conspiratória para se tornar um risco real de governabilidade.
O Desfecho Próximo
A sociedade brasileira encontra-se profundamente dividida. De um lado, cidadãos celebram o que chamam de “reação das instituições” contra o autoritarismo e a corrupção. Do outro, defensores do governo alertam para o risco de um “golpe parlamentar” que visaria desestabilizar a democracia. O fato é que o país está paralisado à espera de um desfecho que pode alterar a configuração de poder pelas próximas décadas.
Se o Senado levar adiante os pedidos de impedimento, sinalizará o fim de uma era de supremacia judicial e de um presidencialismo tradicional que parece não mais sustentar as demandas de transparência da era digital. O “Senado acordou”, e o despertar promete ser turbulento para quem acreditava estar acima da lei.
O próximo encontro marcado é na votação dos requerimentos na CPMI. Ali, o Brasil saberá se as palavras do presidente sobre investigar a própria família serão postas à prova ou se serão apenas mais um capítulo na longa história de blindagens políticas da capital federal. A verdade, nua e crua, está prestes a emergir, e o impacto será sentido em cada rincão deste país.
News
End of content
No more pages to load






