
“Senhor, por favor, não beba mais desta água”, gritou Eulália, derrubando o copo das mãos trêmulas do duque Breno. “Há algo muito errado acontecendo neste castelo.” França, outono de 1847. As folhas douradas dançavam melancolicamente pelos jardins do imponente castelo de Monclair, residência ancestral da família Bomon, entre as torres de pedra cinzenta e os vitrais coloridos que filtravam a luz outonal.
Ecoavam sussurros preocupantes sobre o senhor da casa. O duque Breno de Bomon, de apenas 32 anos, havia perdido completamente a razão. Os criados caminhavam pelas galerias com passos cautelosos, evitando o olhar perdido do jovem nobre que antes comandava suas terras com firmeza e justiça. Breno, outrora conhecido por sua inteligência aguçada e generosidade para com os menos favorecidos.
Agora vagava pelos corredores do castelo como uma alma penada, falando sozinho, tropeçando nas próprias sombras e tendo visões assombradas que faziam os mais corajosos tremerem de medo. A transformação havia começado meses após seu casamento com a bela condessa Isadora de Blunchf, uma mulher de 28 anos, dona de uma beleza fria como mármore e ambições ardentes como brasas.
Isadora havia chegado ao castelo como a salvação financeira da família Bomon, trazendo consigo um dote generoso que resolveria as dívidas acumuladas pela propriedade. O casamento arranjado pelas famílias parecia uma união perfeita aos olhos da sociedade. Ele, um duque jovem e honrado, ela uma viúva rica e refinada.
Porém, logo após as núpcias, Breno começou a apresentar comportamentos estranhos. Primeiro foram pequenos lapsos de memória, depois episódios de confusão mental seguidos por delírios que o faziam gritar durante as madrugadas. Os médicos consultados não conseguiam encontrar explicação para a súbita deterioração mental do duque.
Alguns sussurravam sobre maldições familiares, outros sobre o peso das responsabilidades nobres. Enquanto Breno definhava em sua própria mente, Isadora assumia gradativamente o controle das finanças e decisões do castelo. Com lágrimas nos olhos e voz melancólica, ela recebia as visitas da alta sociedade, lamentando profundamente o estado de seu querido esposo.
“É uma tragédia ver um homem tão brilhante se perder assim”, dizia ela, enxugando discretamente uma lágrima inexistente entre todos os habitantes do castelo. Apenas uma pessoa observava a situação com olhos diferentes. Eulália, uma jovem de 24 anos, filha de africanos que haviam sido trazidos para trabalhar nas plantações da família Bomon.
Eulália possuía uma inteligência excepcional, escondida atrás de sua condição social. Havia aprendido a ler e escrever em segredo, observando as lições do filho mais novo dos antigos senhores, e desenvolvera um conhecimento impressionante sobre ervas medicinais através dos ensinamentos de sua avó. Antes de continuarmos com esta história envolvente, quero agradecer a cada um de vocês que está acompanhando este momento conosco.
Cada visualização, cada minuto que vocês dedicam às nossas histórias é verdadeiramente especial para mim. É incrível pensar que neste exato momento, em algum lugar do Brasil ou do mundo, você está mergulhado nesta trama junto comigo. Se você está gostando, por favor, se inscreva no canal e ative o sininho para não perder nenhuma das nossas histórias emocionantes.
Eulália trabalhava principalmente na cozinha e nos aposentos do duque, sempre discreta e observadora. Ao contrário dos outros criados que evitavam Breno por medo de seus surtos, ela sentia uma compaixão genuína por aquele homem que outrora havia tratado os trabalhadores com uma humanidade rara entre os nobres da época.
Breno era conhecido por proibir castigos físicos desnecessários e por garantir que todos os trabalhadores tivessem alimentação adequada e cuidados médicos quando necessário. Com o passar dos dias, Eulália começou a notar padrões estranhos no comportamento do duque. Suas crises sempre se intensificavam após as refeições principais, especialmente depois de beber a água especial que Isadora insistia em preparar pessoalmente para o marido.
A duquesa alegava que aquela água infusionada com ervas calmantes ajudaria Breno a encontrar paz interior. Mas Eulália conhecia ervas e sabia que verdadeiras plantas calmantes não causavam os sintomas que observava no duque: pupilas dilatadas, tremores nas mãos, sudorese fria e, principalmente, aquela confusão mental que parecia nublar completamente sua consciência.
Eram sintomas que ela já havia presenciado em sua infância quando alguns indivíduos eram disciplinados com substâncias que os deixavam dócilmente confusos. Uma tarde, enquanto limpava os aposentos do duque, Eulália encontrou Breno sentado na poltrona ao lado da janela, olhando fixamente para o jardim, com os olhos perdidos.
Ele segurava nas mãos um retrato de seus pais, já falecidos, e murmurava palavras incompreensíveis. Por um momento, quando o vento balançou as cortinas e a luz do sol tocou diretamente seu rosto, Eulália viu algo diferente nos olhos do duque. Um lampejo de lucidez, como se a verdadeira personalidade de Breno estivesse presa dentro de seu próprio corpo, lutando para se libertar.
Naquele instante, ela tomou uma decisão que mudaria o destino de ambos para sempre. Eulália esperou Isadora se retirar para seus aposentos. E com o coração batendo descontroladamente, aproximou-se da mesa onde estava o copo de água preparado para Breno. Sem que ninguém a visse, ela derramou um pouco do líquido em um pequeno frasco que escondeu entre suas vestes.
Mas quando se virou para sair, encontrou alguém parado na porta, observando cada um de seus movimentos com olhos frios e calculistas. Era Benedita, a criada pessoal de Isadora, uma mulher de 40 anos, com o rosto marcado pela severidade e pelos anos de servidão. Seus olhos pequenos e penetrantes fixaram-se em Eulália, com uma intensidade que fez o sangue da jovem gelar nas veias.
Benedita havia dedicado sua vida inteira a servir a duquesa, desenvolvendo uma lealdade cega que beirava a obsessão. “O que está fazendo aqui?”, perguntou Benedita com voz áspera, avançando para dentro do quarto. “A duquesa não gosta que mexam em seus pertences pessoais.” Eulália sentiu o pequeno frasco queimar contra seu peito, escondido entre as dobras de sua roupa simples. Com o coração disparado, mas mantendo a compostura que havia aprendido a cultivar ao longo dos anos, ela respondeu com voz firme: “Estava apenas terminando de limpar os aposentos, senhora Benedita. A duquesa me pediu para garantir que tudo estivesse em perfeita ordem para o descanso do duque.”
Benedita aproximou-se mais, seus olhos vasculhando cada canto do quarto em busca de algo fora do lugar. Eulália permaneceu imóvel, rezando silenciosamente para que a outra mulher não notasse o pequeno volume escondido em suas vestes. Após longos segundos que pareceram uma eternidade, Benedita resmungou algo incompreensível e saiu do quarto, não sem antes lançar um último olhar suspeito para Eulália, que tremia levemente.
Eulália terminou rapidamente suas tarefas e dirigiu-se às dependências dos funcionários, uma série de pequenos quartos nos porões do castelo. Ali, longe dos olhos curiosos, ela finalmente pôde examinar o líquido que havia coletado. À luz fraca de uma vela, o conteúdo do frasco parecia água comum, mas Eulália sabia que as aparências podiam enganar. Naquela mesma noite, enquanto o castelo dormia, ela se dirigiu silenciosamente ao pequeno jardim de ervas que mantinha secretamente nos fundos da propriedade.
Sua avó havia lhe ensinado não apenas sobre plantas medicinais, mas também sobre como identificar substâncias perigosas. Com cuidado, ela despejou algumas gotas do líquido em uma folha de sempre-viva, uma planta conhecida por reagir rapidamente a toxinas. Em questão de minutos, a folha começou a amarelar e murchar, confirmando suas suspeitas mais terríveis.
Aquela água continha algum tipo de substância nociva, algo sutil o suficiente para não causar um fim imediato, mas poderoso o bastante para destruir lentamente a mente de quem o consumisse regularmente. Na manhã seguinte, Eulália observou Breno com ainda mais atenção. Durante o café da manhã, ela notou como suas mãos tremiam ao tentar segurar a xícara, como seus olhos perdiam o foco quando alguém lhe dirigia a palavra, como ele se sobressaltava com ruídos comuns da casa.
Mas houve um momento que chamou especialmente sua atenção. Quando Isadora se aproximou para lhe tocar o rosto em um gesto aparentemente carinhoso, Eulália viu algo que ninguém mais percebeu. Por uma fração de segundo, o olhar de Breno encontrou o dela e, naqueles olhos azuis que um dia foram brilhantes, ela viu um pedido silencioso de ajuda.
Estou curiosa para saber de que cidade ou estado vocês estão acompanhando essa história. Me conta nos comentários. É incrível imaginar como nossas histórias viajam e alcançam cantos tão diferentes do Brasil e do mundo. Mal posso esperar para descobrir até onde chegaremos juntos. Agora, prepare-se, porque Eulália está prestes a tomar uma decisão que mudará tudo.
Nos dias que se seguiram, Eulália começou a elaborar um plano arriscado. Sabia que não podia simplesmente confrontar Isadora ou denunciar suas suspeitas. Quem acreditaria na palavra de uma serva contra a de uma duquesa? Precisava de provas concretas. E, mais importante ainda, precisava encontrar uma forma de ajudar Breno sem colocar ambos em perigo mortal.
Sua primeira estratégia foi tentar interceptar a água alterada sempre que possível. Durante suas tarefas diárias, ela começou a criar pequenas distrações que lhe permitissem derramar discretamente o conteúdo dos copos preparados por Isadora. Às vezes, acidentalmente esbarrava na mesa, fazendo o líquido entornar.
Outras vezes, alegava que havia visto algo no copo e precisava trocá-lo. Cada pequena sabotagem era um risco calculado, mas Eulália estava determinada a salvar o homem que havia mostrado bondade em um mundo onde ela conhecia principalmente a dureza. Gradualmente, com menos substância sendo consumida, Breno começou a apresentar sinais sutis de melhora.
Seus olhos pareciam um pouco mais alertas, suas mãos tremiam menos e houve momentos em que ele conseguiu manter conversas coerentes por alguns minutos. Eulália observava essas pequenas vitórias com o coração apertado, sabendo que cada dia de lucidez restaurada era também um dia de maior perigo para ambos.
Foi durante uma dessas tardes de relativa clareza mental que aconteceu algo que mudaria para sempre a dinâmica entre eles. Eulália estava reorganizando os livros na biblioteca pessoal de Breno quando ele entrou no recinto caminhando com mais firmeza do que havia demonstrado em semanas. Ela se preparou para sair discretamente, como sempre fazia quando ele aparecia, mas sua voz a deteve.
“Espere”, disse ele com uma voz que, embora ainda fraca, carregava vestígios da autoridade que um dia possuíra. “Você é Eulália, não é?” Surpresa por ele se lembrar de seu nome, ela se virou lentamente, mantendo os olhos baixos, como era esperado. “Sim, Vossa Excelência. Olhe para mim”, pediu ele.
Com uma gentileza que contrastava com a realidade em que viviam, quando ela ergueu os olhos, encontrou-se diante de um homem que, mesmo debilitado pelas semanas de envenenamento, ainda mantinha uma dignidade natural. Mas foi nos olhos dele que ela viu algo que a deixou sem fôlego: gratidão. De alguma forma, em seus momentos de maior lucidez, ele havia percebido que ela estava tentando ajudá-lo.
“Eu não sei exatamente o que você tem feito”, disse ele, aproximando-se devagar. “Mas tenho a impressão de que devo minha sanidade crescente a seus cuidados. Há dias em que me sinto mais eu mesmo, e nesses dias sempre noto sua presença por perto.” Eulália sentiu lágrimas picarem em seus olhos.
Era a primeira vez em meses que alguém reconhecia sua humanidade, sua capacidade de cuidar e proteger. “Vossa Excelência não precisa agradecer. Apenas cumpro meus deveres.” “Não”, respondeu ele com uma firmeza que há muito não demonstrava. “Isso vai muito além do dever. Você tem me protegido quando ninguém mais acreditava que eu valia a pena ser protegido.”
Naquele momento, algo sutil e profundo passou entre eles. Não era ainda amor, mas o reconhecimento mútuo de duas almas que haviam encontrado uma na outra um refúgio em meio ao caos. Eulália viu em Breno não apenas o nobre, mas um homem íntegro lutando para se libertar de uma prisão invisível.
E Breno, por sua vez, reconheceu em Eulália não uma simples serva, mas uma mulher de coragem e inteligência extraordinárias, disposta a arriscar tudo para salvar alguém que o mundo considerava perdido. Mas sua conversa foi brutalmente interrompida pelo som de passos rápidos se aproximando da biblioteca. Isadora apareceu na porta, seus olhos frios se alternando entre Breno e Eulália, com uma suspeita crescente.
“Breno, querido, o que está fazendo aqui? Você deveria estar descansando. E você”, dirigiu-se a Eulália com voz cortante, “prepare imediatamente a água especial do meu marido. Ele claramente precisa de uma dose mais forte hoje.” O sangue de Eulália gelou ao ouvir as palavras de Isadora. A expressão da duquesa havia mudado; onde antes havia uma máscara de preocupação, agora brilhava uma frieza calculista.
Breno, ainda confuso, mas visivelmente mais alerta do que havia estado em semanas, olhou para a esposa com uma expressão que misturava surpresa e um crescente desconforto. “Isadora, eu me sinto melhor hoje”, disse ele, tentando manter a voz firme. “Talvez não precise da água especial por enquanto.”
A duquesa forçou um sorriso que não chegou aos olhos. “Ah, não diga bobagens, meu querido. O médico foi muito claro sobre a importância do tratamento constante. Uma interrupção agora poderia causar uma recaída terrível.” Ela se virou para Eulália, que permanecia imóvel. “Vá agora. E desta vez certifique-se de que a infusão seja particularmente forte.”
Eulália fez uma reverência e saiu da biblioteca, mas não antes de trocar um olhar rápido com Breno. Naquele momento, ela viu que ele havia compreendido algo fundamental. A lucidez crescente havia trazido consigo a capacidade de observar, e as peças do quebra-cabeças começavam a se encaixar em sua mente.
Nos corredores, Eulália caminhava com passos medidos, sua mente trabalhando freneticamente. Sabia que Isadora havia notado a melhora de Breno e estava determinada a aumentar a dosagem. Precisava encontrar uma forma de protegê-lo sem despertar ainda mais suspeitas, mas as opções eram cada vez mais limitadas.
Ao chegar à cozinha, encontrou Benedita já esperando por ela, com um frasco de vidro escuro nas mãos. A criada observou Eulália com olhos que pareciam enxergar através de sua alma. “A duquesa me pediu para supervisionar pessoalmente a preparação da água medicinal hoje”, disse Benedita, com um tom que não admitia questionamentos.
“Ela quer ter certeza de que tudo seja feito exatamente como deve ser”. Eulália assistiu impotente enquanto Benedita despejava uma quantidade alarmante do líquido escuro na água cristalina. O veneno tinha um cheiro levemente adocicado que mascarava sua natureza letal. Quando terminou, Benedita entregou o copo a Eulália com um sorriso cruel.
“Leve isso diretamente ao duque e certifique-se de que ele beba tudo até a última gota.” Com o coração pesado, Eulália pegou o copo e dirigiu-se aos aposentos do duque. Cada passo parecia uma eternidade. Cada batimento do coração ecoava como um tambor de guerra em seus ouvidos. Sabia que não podia permitir que Breno bebesse aquela quantidade de veneno.
Seria suficiente para mergulhá-lo novamente no estado de confusão mental, talvez permanentemente desta vez. Ao chegar ao quarto, encontrou Breno sentado em sua poltrona favorita, olhando pela janela. Isadora estava ao seu lado, ajeitando suas almofadas com gestos aparentemente carinhosos.
Mas Eulália podia ver a tensão em cada movimento da duquesa. “Ah, finalmente”, disse Isadora quando viu Eulália entrar. “Traga isso aqui. Breno precisa tomar sua medicina imediatamente.” Breno olhou para o copo nas mãos de Eulália e, por um momento, seus olhos se encontraram. Ela viu neles uma compreensão silenciosa. Ele sabia.
De alguma forma, ele havia entendido que aquela água era a fonte de seus tormentos. “Eu… eu não me sinto bem hoje”, disse Breno, desviando o olhar do copo. “Talvez pudesse tomar mais tarde.” Isadora endureceu. “Breno, não seja criança. Você sabe o quanto este tratamento é importante para sua recuperação.” Foi nesse momento que Eulália tomou uma decisão que mudaria tudo.
Com um movimento aparentemente desajeitado, ela tropeçou ao se aproximar, fazendo o copo voar de suas mãos e se estilhaçar no chão de mármore. O líquido escuro se espalhou pelo piso, como uma mancha sinistra. “Oh, não!”, exclamou ela, fingindo desespero. “Hum, perdão, Vossa Excelência, sou muito desastrada.” Isadora ficou lívida de raiva.
“Sua incompetente, como pode ser tão descuidada?” Mas antes que pudesse continuar, Breno se levantou de sua poltrona com uma firmeza que surpreendeu ambas as mulheres. “Isadora, não foi culpa dela. O copo escorregou porque minhas mãos ainda tremem. Se alguém deve ser culpado, sou eu.” A intervenção de Breno em defesa de Eulália criou um momento de tensão palpável no ar.
Isadora olhou de um para o outro, seus olhos se estreitando com uma suspeita que rapidamente se transformava em certeza perigosa. E se fosse você, teria coragem de enfrentar tudo por amor? Deixe sua opinião nos comentários, porque a partir de agora as coisas vão ficar ainda mais intensas. Nos dias que se seguiram, a atmosfera no castelo tornou-se sufocante.
Isadora havia aumentado sua vigilância sobre Breno, mas também sobre Eulália. Benedita era instruída a acompanhar cada movimento da jovem, tornando impossível qualquer tentativa de sabotagem. Pior ainda, a duquesa havia começado a fazer comentários sobre a necessidade de renovar o quadro de criados, especialmente aqueles que se mostravam inadequados.
Apesar do perigo crescente, Breno e Eulália começaram a encontrar formas sutis de se comunicar. Um olhar prolongado durante o jantar, um livro deixado aberto em uma página específica, pequenos gestos que passavam despercebidos aos outros, mas que carregavam significados profundos entre eles.
Breno, recuperando gradualmente sua capacidade de raciocínio, havia começado a questionar não apenas sua condição, mas toda a situação que o cercava. Uma noite, aproveitando um momento em que Isadora havia saído para uma visita social, Breno conseguiu encontrar Eulália sozinha na biblioteca. Ela estava organizando livros quando ele entrou silenciosamente, fechando a porta atrás de si.
“Eulália”, chamou ele suavemente. Ela se virou surpresa e assustada. “Vossa Excelência não deveria estar aqui. Se a duquesa descobrir…” “Ela não vai descobrir”, disse ele, aproximando-se. “Preciso falar com você. Preciso entender o que está acontecendo comigo, com nós.” Pela primeira vez, Eulália permitiu que suas defesas baixassem completamente.
“Ah, Vossa Excelência, eu… eu não posso. Nossa diferença social, as consequências…” “Esqueça as diferenças sociais por um momento”, pediu ele, chegando mais perto. “Você salvou minha vida, minha sanidade e, no processo, salvou também algo que eu pensava ter perdido para sempre.”
“O quê, meu senhor?” “A capacidade de sentir”, respondeu ele com uma honestidade que cortou o coração de Eulália. “Durante meses, vivi em uma névoa, sentindo que estava morrendo lentamente por dentro. Mas você me trouxe de volta à vida. E agora, quando olho para você, sinto algo que vai muito além da gratidão.” Eulália sentiu lágrimas brotarem em seus olhos.
“Vossa Excelência, eu também sinto, mas isso é impossível. Esse sentimento só pode trazer destruição para ambos.” “Talvez”, admitiu ele. “Mas pela primeira vez em meses me sinto vivo. E isso é mais precioso do que qualquer convenção social.” Ele estendeu a mão para tocar gentilmente o rosto dela, um gesto de ternura infinita.
Por um momento, apenas um momento, eles existiram além das barreiras sociais, mas a realidade os trouxe de volta com a força de um raio. O som de vozes no corredor os fez se separar imediatamente. Era Isadora, retornando mais cedo, trazendo consigo o Dr. Montag, um médico conhecido por seus métodos controversos.
“Doutor, como eu lhe dizia, meu marido tem apresentado comportamentos cada vez mais estranhos. Talvez seja necessário considerar métodos mais drásticos. Ele até mesmo tem defendido os criados de forma inapropriada, como se houvesse perdido o senso de hierarquia.” O Dr. Montagu era um homem de aparência sinistra, com olhos pequenos e frios.
Sua reputação nos círculos médicos era controversa. Ele havia se especializado em tratamentos para distúrbios mentais que envolviam isolamento completo e procedimentos que deixavam os pacientes em estado permanente de passividade. “Duquesa”, disse ele, observando Breno com interesse clínico. “Temo que o estado de seu marido seja mais grave do que suspeitávamos. A melhora temporária pode ser, na verdade, um sinal de deterioração iminente.”
Eulália sentiu o sangue gelar em suas veias. Escondida atrás de uma coluna no corredor, ela havia conseguido escutar toda a conversa. Isadora estava orquestrando algo terrível, usando a suposta melhora de Breno como pretexto para submetê-lo a tratamentos que poderiam destruí-lo permanentemente. “Doutor, estou muito preocupada”, continuou Isadora com uma performance de esposa dedicada.
“Ontem mesmo ele defendeu uma serva que havia quebrado algo importante. Claramente seu julgamento está comprometido.” “Compreendo perfeitamente”, respondeu o médico. “Episódios de comportamento irracional são típicos. Recomendo internação imediata em minha clínica privada, onde posso aplicar tratamentos mais intensivos.”
Naquele momento, Eulália compreendeu que estava diante de uma encruzilhada fatal. Se Breno fosse levado para a clínica do Dr. Montagu, jamais sairia de lá com sua sanidade intacta. Isadora havia encontrado a solução perfeita para se livrar definitivamente do marido que estava recuperando a lucidez.
Durante os três dias seguintes, os preparativos avançaram rapidamente. Isadora convocou advogados para ajustar a documentação que lhe daria controle total sobre as finanças. Simultaneamente, aumentou ainda mais a dosagem do veneno, mantendo Breno em um estado de confusão que tornava impossível qualquer resistência coerente.
Eulália assistia a tudo com crescente desespero. Suas tentativas de sabotagem haviam se tornado impossíveis sob a vigilância constante de Benedita. Pior ainda, a duquesa havia espalhado rumores sobre a influência inadequada de Eulália sobre o duque, criando um ambiente hostil que a isolava cada vez mais.
Na véspera da partida, Eulália estava limpando os corredores quando ouviu vozes vindo do escritório de Isadora. “Preciso ter certeza de que ele não volte”, dizia Isadora ao Dr. Montagu. “O tratamento deve ser definitivo.” “Compreendo, Duquesa”, respondeu o médico. “O procedimento garantirá que seu marido permaneça em estado vegetativo. Oficialmente, será uma complicação natural.”
“E quanto tempo levará?” “Algumas semanas. Tempo suficiente para consolidar o controle legal. Depois disso, se algum acidente ocorresse… bem, esses casos são comuns.” Eulália teve que cobrir a boca para conter um grito de horror. Isadora estava planejando o fim de Breno de forma que parecesse uma consequência de sua suposta loucura.
Naquele momento, ela tomou a decisão mais corajosa de sua vida. Naquela mesma noite, aproveitando um momento em que Benedita se afastou, Eulália chegou aos aposentos de Breno. Ela o encontrou em um estado lastimável, novamente desorientado. Mas quando ele a viu, um lampejo de reconhecimento atravessou seus olhos. “Eulália!”, murmurou ele.
“Sim, sou eu”, respondeu ela. “Meu senhor, preciso lhe contar algo terrível.” Ela tirou de suas vestes um pequeno frasco com um líquido claro. “Este é um antídoto que preparei. Vai ajudá-lo a recuperar a clareza temporariamente, mas precisamos agir rápido.” Breno confiou nela completamente e bebeu o líquido. Em poucos minutos, sua mente começou a se clarear.
“O que está acontecendo comigo?”, perguntou ele. “Sua esposa está envenenando você há meses”, disse ela com voz firme. “E amanhã ela planeja levá-lo para uma clínica onde um médico corrupto vai acabar com sua vida.” Breno ficou em silêncio, processando a informação. Sua voz carregava determinação: “Quanto tempo temos?”. “Até o amanhecer.”
Ele se levantou, determinado. “Então vamos acabar com isso.” Mas, no exato momento, a porta do quarto se abriu violentamente. Era Benedita, acompanhada de dois homens enormes. “A Duquesa desconfiava que vocês estavam tramando algo”, disse Benedita com um sorriso cruel. “Estes são os seguranças do Dr. Montagu.”
Os dois homens avançaram em direção a Eulália. Mas algo extraordinário aconteceu. Breno, com sua mente finalmente livre do veneno, interpôs-se entre eles e a mulher que havia salvado sua vida. “Parem!”, gritou ele com autoridade. “Eu sou ainda o duque e ninguém tocará nela sem minhas ordens.” Benedita riu com desprezo.
“Vossa Excelência não está em condições de dar ordens. A duquesa já assinou os papéis que comprovam sua incapacidade mental. Legalmente, o senhor não tem mais autoridade.” Foi então que Breno compreendeu a extensão completa da traição. “Onde está minha esposa?”, perguntou ele com uma frieza que fez todos recuarem.
“Aqui estou, meu querido”, disse Isadora, surgindo na porta vestida de luto, como se já fosse viúva. “Vim me despedir.” Isadora, vendo que seu plano havia sido descoberto, abandonou a máscara. “Você realmente achou que eu me casaria com você por amor?”, perguntou ela com crueldade. “Eu precisava de seu dinheiro e título. Você era apenas um obstáculo.”
“Subestimei a coragem de alguém que você considerava inferior”, respondeu Breno, olhando para Eulália. “Esta mulher mostrou mais honra do que todos os nobres que conheço juntos.” O Dr. Montagu, impaciente, fez um sinal para os seguranças. “Levem ambos. O duque para a carruagem, a serva para… bem, ela sabe demais.”
Qual parte mais te emocionou até aqui? Me conte antes do desfecho! Foi nesse momento que aconteceu algo imprevisto. Os outros criados do castelo, que observavam silenciosamente há meses, começaram a aparecer. Eles haviam ouvido os gritos e compreendido a situação. João, o jardineiro, foi o primeiro: “Senhor Duque, o senhor sempre foi bom conosco. Não vamos ficar calados.”
Um por um, mais criados apareceram: Maria, a cozinheira, Pedro, o capataz. Dr. Montagu riu: “Acham que podem se opor a documentos legais?”. “Talvez não”, disse uma voz nova. “Mas eu posso.” Era o magistrado Henri de Buáis, acompanhado por oficiais da lei. “Recebi uma mensagem anônima sobre irregularidades nos documentos de incapacidade.”
Isadora empalideceu. “Que tipo de irregularidades?” “O tipo que envolve falsificação e corrupção”, respondeu ele. “Dr. Montagu, o senhor está preso.” Enquanto era algemado, o médico gritou acusações contra Isadora para tentar se salvar, revelando todos os detalhes do plano. Isadora, vendo seu mundo desabar, sacou uma pequena adaga e avançou contra Eulália.
“Se não posso ter o que quero, vou me vingar!”, gritou ela. Mas Breno foi mais rápido. Com agilidade recuperada, ele segurou o punho de Isadora, desarmando-a. “Acabou, Isadora! Sua guerra contra mim terminou.” Nos meses que se seguiram, os julgamentos chocaram a sociedade francesa. Isadora foi condenada à prisão perpétua e o Dr. Montagu enfrentou a pena máxima por seus crimes.
Breno, recuperado, enfrentou o maior desafio: decidir o que fazer em relação a Eulália. O amor entre eles era innegável, mas as convenções tornavam a união impossível. Ele então tomou uma decisão que escandalizou a muitos: casou-se com Eulália em uma cerimônia privada e renunciou formalmente ao título, transferindo-o para um primo distante.
Declarou que preferia viver como um homem livre ao lado da mulher que amava do que como um nobre preso a uma sociedade hipócrita. O casal partiu de Monclair em uma manhã de primavera. Estabeleceram-se em uma pequena propriedade rural, onde Breno trabalhou a terra e Eulália tornou-se uma curandeira respeitada na região.
Sua história se espalhou como lenda. O duque que escolheu o amor verdadeiro e a mulher cuja coragem salvou não apenas um homem, mas sua própria alma. Viveram muitos anos felizes, provando que a verdadeira nobreza não está no sangue ou no título, mas na coragem de lutar pelo que é certo e na força de um amor puro.
News
VAZOU! Dudu DESCOBRE QUE É CAMPEÃO, CONTA PARA SAORY e VÍDEO PROVA TUDO; Mesquita MACHIST4 RENDE
O reality show mais assistido do Brasil, “A Fazenda”, acaba de atingir o seu ponto de ebulição. O que deveria…
CAOS! NINJAS INVADEM E AFASTAM YONA DE DUDU e PEDE EXPULSÃO; VAZA PIOR INFORMAÇÃO PARA DUDU e DUDA
A reta final da Fazenda 17 não está para amadores. O que era para ser uma celebração de gala transformou-se…
End of content
No more pages to load






