Antonia Fontenelle reage a processo de Erika Hilton por fala racista: ‘A maioria dos meus amigos é preto e gay’

Deputada federal entrou com uma ação contra a influenciadora após ser chamada por ela de ‘preta do cabelo duro’

Antonia Fontenelle reage a processo de racismo movido por Erika Hilton — Foto: Reprodução/YouTube

Antonia Fontenelle falou pela primeira vez sobre a ação movida pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que a acusa de ofensas racistas e transfóbicas em razão de um vídeo em que a influenciadora chama a parlamentar de “preta do cabelo duro”.

“Estão me imputando um crime de racismo, que é gravíssimo. Eu convido a buscarem o meu histórico racista. Cuidado com o que vocês vão ver, hein: eu tive dois maridos negros. A maioria dos meus amigos, além de gays, são negros. Eu amo as pessoas pelo que elas são, pelo caráter, não pela cor da pele”, defendeu-se Fontenelle, durante uma live no canal Tubacast, na última segunda-feira, 28.

“Estão me imputando um crime de racismo, que é gravíssimo. Eu convido a buscarem o meu histórico racista. Cuidado com o que vocês vão ver, hein: eu tive dois maridos negros. A maioria dos meus amigos, além de gays, são negros. Eu amo as pessoas pelo que elas são, pelo caráter, não pela cor da pele”, defendeu-se Fontenelle, durante uma live no canal Tubacast, na última segunda-feira, 28.

Ela afirma que usou a expressão “preta do cabelo duro” com base em uma fala da própria Erika Hilton durante uma plenária no Congresso.

“Não fui eu que falei. Eu estava na minha live reproduzindo um discurso dela, e aí eu disse: ‘Querida, você é preta, seu cabelo é duro’. E isso não é demérito pra ninguém. […] Ela foi eleita, operou o nariz, fez um nariz de branco que nem eu tenho. Ela só usa perucas loiras, lisas, de branco. E isso vai contra tudo o que ela pregava assim que foi eleita, e as pessoas não conseguem enxergar isso.”

Erika Hilton ingressou com a ação no Tribunal de Justiça de São Paulo no dia 19 de julho, logo após tomar conhecimento do vídeo em que Fontenelle lia uma reportagem informando que os partidos PT e PSOL votaram contra o projeto de lei nº 1112/23, do deputado Alfredo Gaspar (União-AL). A proposta altera a Lei de Execução Penal para exigir o cumprimento de ao menos 80% da pena para que haja progressão de regime em casos de crimes hediondos ou equiparados.

“Entre os votos contrários estão os de Erika Hilton. Esperar o quê de você, né? Que tinha um nariz desse tamanho, um cabelo de preta — que é isso que você é: preta — um discurso mentiroso dizendo: ‘Que parem de querer ser brancos, porque vocês não são. Parem de querer ser louros, porque vocês não são. Você também não. E até ontem eu poupei você por uma caralhada de coisas’”, disse Fontenelle no vídeo.

“Você é preta do cabelo duro, como todos os pretos são, e isso não é demérito. Mas você não quer ser uma preta do cabelo duro, você quer ser uma branca loira — só que você não é e nunca vai ser. É uma trans que teve a chance de mostrar que poderia ter caráter independente”, completou a ex-mulher do diretor Marcos Paulo.

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