Aos 18 anos, a filha da costureira foi vendida ao Barão… mas o presente dele no altar foi ISTO!

Havia um tempo em que o coração de uma moça não escolhia seu próprio caminho. E era nesse tempo de ferro e lágrimas que vivia Catarina, filha de Felismina, a costureira mais habilidosa da fazenda São Bartolomeu. Catarina tinha 18 anos e os olhos dela guardavam um brilho de quem ainda sonhava com liberdade, mesmo que a liberdade fosse apenas um sussurro distante nas noites quentes do sertão.

Mas o Barão Augusto de Silveira já havia decidido o destino dela sem ao menos perguntar se seu coração batia por outro ou se suas mãos tremiam de medo quando pronunciavam seu nome. Esta é a história de uma alma aprisionada não apenas pelas correntes visíveis da escravidão, mas pelas correntes invisíveis de um casamento forçado que iria transformar sua vida em uma jornada de dor e resistência silenciosa.

A história de como uma jovem encontrou força onde não havia esperança, e como plantou sementes de liberdade, mesmo nas terras mais áridas da opressão. A fazenda São Bartolomeu ficava entre as montanhas de Minas Gerais, onde o ouro já não brilhava mais com a mesma intensidade, mas onde o café começava a pintar de verde os morros e trazer nova riqueza para os senhores de terra.

Era o ano de 1847, e o ar ainda cheirava a cana queimada e suor de gente que trabalhava do nascer ao pôr do sol, sem jamais conhecer o gosto da recompensa pelo próprio trabalho. Felizmina costurava os vestidos mais finos para a Margarida, a esposa do coronel Eusébio Mendes, dono daquelas terras e de tantas vidas que ele sequer se dava ao trabalho de contar.

Catarina cresceu entre linhas e agulhas, aprendendo a abordar flores que jamais poderia colher e a costurar rendas para mulheres que jamais haveriam como igual, mas apenas como extensão das mãos que criavam beleza sem direito de possuí-la. Se essa história já começou a apertar teu peito, deixa teu like agora e comenta o que tá sentindo, porque essas memórias precisam ecoar para que nunca mais se repitam.

Desde pequena, Catarina aprendeu que seu corpo não lhe pertencia. Ela aprendeu isso quando tinha apenas 7 anos e viu uma menina da sua idade ser vendida para outra fazenda, separada da mãe, que gritou e implorou, mas foi silenciada com açoites na praça central, onde todos eram obrigados a assistir. Ela aprendeu isso quando teve sua primeira menstruação aos 12 anos e Felizmina chorou não de alegria, mas de medo, porque sabia que agora sua filha estava em perigo ainda maior.

Ela aprendeu isso cada vez que os olhos dos visitantes da fazenda pousavam sobre ela com aquele brilho que misturava desejo e posse. Mas mesmo sabendo disso, Catarina guardava dentro de si um pequeno espaço secreto, onde ninguém podia entrar, onde ela ainda era dona de si mesma, onde sonhava com um mundo diferente daquele que conhecia. O Barão Augusto de Silveira era um homem de 53 anos, viúvo a dois invernos e possuía terras vizinhas que se estendiam até onde a vista alcançava.

Ele viu Catarina pela primeira vez durante uma visita ao coronel Eusébio em uma tarde de julho, quando ela estava no alpendre da Casa Grande, entregando um vestido recémcosturado para Sim a Margarida. O sol batia nos cabelos negros de Catarina, fazendo-os brilhar como seda, e seus olhos amendoados tinham aquele brilho que ainda não havia sido completamente apagado pela dureza da vida.

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O barão sentiu algo se acender dentro dele, não amor ou ternura, mas aquela necessidade de possuir, de adicionar mais uma peça à sua coleção de propriedades. Ele perguntou ao coronel Eusébio sobre a moça e soube que era filha da costureira, que tinha 18 anos, e que ainda não havia sido dada a nenhum homem.

Naquele momento, o Barão decidiu que ela seria sua próxima esposa, mesmo que isso significasse arrancar uma flor ainda não desabrochada de seu jardim natural. Feliz Mina soube da decisão do Barão numa tarde de agosto, quando o coronel Eusébio a chamou na varanda grande da casa principal. A costureira tinha 42 anos e carregava no corpo as marcas de uma vida inteira de servidão.

Suas mãos estavam calejadas de tanto costurar seus ombros curvados, de tanto se curvar diante dos senhores e suas costas marcadas por três açoites que havia recebido anos atrás quando ousou questionar uma ordem injusta. Mas seus olhos ainda brilhavam com a força de quem resistia por dentro, de quem nunca havia verdadeiramente se rendido.

O coronel disse que era uma honra que o barão tivesse escolhido sua filha e que o casamento aconteceria dentro de três meses logo após a colheita do café. Ele falou como se estivesse anunciando uma bênção, como se estar dando permissão para que um homem três vezes mais velho que Catarina a tomasse como esposa, fosse um presente divino.

Félix Mina sentiu o chão fugir debaixo dos pés, mas sabia que questionar era o mesmo que assinar a própria sentença de morte, ou pior, a sentença de sua filha. Ela fez uma reverência profunda, agradeceu aocoronel com a voz trêmula e voltou para a cenzála, com passos lentos carregando sobre os ombros o peso de uma notícia que iria destruir o mundo de sua menina.

Quando Felismina contou a Catarina, viu a cor sumir do rosto da menina, como se a própria vida estivesse sendo sugada de seu corpo. Catarina estava sentada no chão de terra, batida da cenzala, costurando um lençol para a casa grande. E quando ouviu as palavras da mãe, suas mãos pararam no ar.

a agulha suspensa entre dois pontos, como se o próprio tempo tivesse congelado. Catarina não chorou naquele momento. Ela ficou em silêncio, olhando pela janela pequena da cenzala para o céu, que começava a escurecer, e pensou em Tomé, o rapaz de 20 anos, que trabalhava na lavoura e com quem ela trocava olhares escondidos desde que tinha 15 anos.

Tomé era o único raio de luz em sua vida escura. Ele era a única coisa que fazia seu coração bater mais rápido, que fazia seus dias terem sentido, que fazia ela acreditar que talvez houvesse algo além daquela existência de sofrimento. Tomé era forte e tinha as mãos calejadas de tanto trabalhar à terra, mas tinha o sorriso mais doce que Catarina já havia visto.

Ele tinha nascido na fazenda filho de Batuque e Joana, que haviam morrido de febre amarela quando ele tinha apenas 10 anos. Desde então, Tomé cresceu sozinho, aprendendo a esconder suas emoções, a não demonstrar fraqueza, porque fraqueza era punida com violência. Mas quando olhava para Catarina, seus olhos se enchiam de uma luz suave, de uma ternura que ele escondia do resto do mundo.

Eles se encontravam as escondidas perto do riacho que cortava a fazenda sempre ao cair da noite, quando os feitores já estavam bêbados. E os senhores jantavam na casa grande, bebendo vinho e rindo de piadas que Tomé e Catarina jamais compreenderiam. Naquele riacho, eles eram apenas dois jovens que se amavam. Ali não havia senhores nem escravizados, não havia correntes, nem açoites.

Ali havia apenas água correndo livre e dois corações batendo no mesmo ritmo. Tomé prometeu a Catarina que um dia eles seriam livres. Ele falava sobre os quilombos que existiam escondidos nas matas fechadas, sobre lugares onde pessoas como eles viviam sem senhores, onde plantavam sua própria comida e criavam seus próprios filhos, sem medo de que fossem vendidos ou açoitados.

Ele falava sobre isso com os olhos brilhando e Catarina ouvia querendo acreditar, mas sabendo que era um sonho impossível. Mas agora esses sonhos pareciam tão distantes quanto as estrelas que brilhavam no céu escuro. Catarina encontrou Tomé naquela noite, mal podendo esperar o sol se pôr para correr até o riacho.

Quando ele viu as lágrimas escorrendo pelo rosto dela, soube que algo terrível havia acontecido. Ela contou sobre o barão, sobre o casamento forçado, sobre o destino que lhe haviam imposto, sem consultar seu coração, sem perguntar se ela queria, sem considerar que ela já amava outro. Tomé segurou as mãos dela com força e disse que fugiria com ela.

Ele disse que atravessariam as montanhas naquela mesma noite, que buscariam refúgio nos quilombos que haviam ouvido falar, que ficavam três dias de caminhada para o norte. Ele disse que preferia morrer tentando ser livre do que viver vendo a mulher que amava ser entregue a outro homem. Mas Catarina sabia que se fugisse sua mãe pagaria o preço.

O coronel Eusébio era conhecido por sua crueldade em toda a região. Diziam que quando um escravizado da fazenda vizinha havia fugido anos atrás, o coronel não apenas mandou caçá-lo e trazê-lo de volta, mas também mandou açoitar publicamente a mãe do rapaz até que ela desmaiasse e depois vendeu seus outros dois filhos para fazendas distantes apenas para que ela sofresse, sabendo que nunca mais os veria.

Catarina não podia fazer isso com Felismina. Sua mãe já havia sofrido demais, já havia perdido demais. Catarina era tudo o que Felizmina tinha no mundo e ela não podia condená-la a um sofrimento ainda maior. Os dias que se seguiram foram os mais longos da vida de Catarina. Cada manhã ela acordava esperando que tudo tivesse sido apenas um pesadelo, mas a realidade era sempre a mesma, cruel e implacável.

Ela continuava ajudando a mãe a costurar, mas suas mãos tremiam e os pontos saíam tortos. Sim. A Margarida percebeu a mudança e perguntou o que estava acontecendo, mas Felizmina inventou que a menina estava apenas nervosa, com o casamento que se aproximava, com a honra de se tornar esposa de um homem tão importante quanto o Barão. Sim.

A Margarida acenou com a cabeça compreensiva e disse que era natural que uma moça tão jovem ficasse nervosa antes do casamento, mas que logo Catarina se acostumaria com suas novas responsabilidades. A verdade é que Catarina estava morrendo por dentro um pouco a cada dia. Ela via o Barão Augusto de Silveira visitando a fazenda com frequência, sempre trazendo presentes caros para o coronel, tecidosfinos, vindos da Europa, garrafas de vinho do porto Charutos Cubanos.

Ele conversava sobre política e negócios enquanto tomava vinho importado na varanda, falando sobre como os preços do café estavam subindo e como era importante manter os escravizados sob controle rígido para garantir a produtividade. O Barão olhava para Catarina com aqueles olhos frios e calculistas, como se ela fosse apenas mais uma propriedade que ele estava adquirindo, como se estivesse avaliando gado ou inspecionando uma ferramenta nova.

Catarina sentia náusea toda vez que ele se aproximava. Seu perfume forte de tabaco e conhaque invadia suas narinas fazendo seu estômago revirar. Ele tinha o hábito de tocar seu braço quando falava com ela, de passar os dedos pelos seus cabelos, de olhar para seu corpo de uma forma que a fazia querer arrancar a própria pele. Uma vez ele trouxe um colar de pérolas e colocou em seu pescoço, dizendo que ela seria sua joia mais preciosa.

Catarina sorriu porque era esperado dela, mas por dentro estava gritando. Felizmina tentou conversar com o padre Stevão, que visitava a fazenda uma vez por mês, para realizar missas e batizados. Ela o procurou após a missa de domingo e implorou para que ele intercedesse junto ao coronel, dizendo que Catarina era muito jovem e que o Barão era velho demais para ela.

Ela disse que sua filha tinha apenas 18 anos, que mal havia vivido, que merecia ter a chance de ser feliz. Mas o padre apenas balançou a cabeça e disse que os caminhos de Deus eram misteriosos e que cabia a ela aceitar a vontade dos senhores como se a vontade dos senhores fosse a mesma vontade divina. Ele disse que o casamento era uma instituição sagrada e que Catarina teria sorte de ser escolhida por um homem tão importante e rico.

Ele disse que ela deveria ser grata, que muitas mulheres na posição dela jamais teriam tal oportunidade. Felizmina saiu da capela improvisada, com o coração ainda mais pesado, sabendo que não havia ninguém naquele mundo que pudesse salvar sua filha do destino cruel que a esperava. Ela passou a rezar todas as noites, ajoelhada no chão duro da cenzala, pedindo à Nossa Senhora que protegesse Catarina e que de alguma forma fizesse o Barão desistir do casamento.

Mas os dias passavam e nada mudava, e os preparativos para o casamento continuavam avançando inexoravelmente. Catarina começou a emagrecer e sua pele antes radiante ficou opaca. Ela não dormia direito e quando dormia tinha pesadelos terríveis, onde se via presa em um quarto escuro, sendo tocada por mãos que ela não queria sentir, ouvindo uma voz que a chamava de propriedade.

Ela acordava no meio da noite, com o coração disparado e o corpo coberto de suor frio. Tomé continuava a encontrá-la no riacho, mas agora eles apenas ficavam sentados em silêncio, olhando para a água que corria livre, enquanto eles permaneciam aprisionados. Às vezes, Tomé chorava e Catarina nunca o havia visto chorar antes.

Ele era sempre tão forte, sempre tão corajoso, mas agora a dor era grande demais, até mesmo para sua força. Uma noite, Tomé trouxe uma flor silvestre que havia colhido no caminho, uma flor amarela pequena e delicada, e colocou nos cabelos de Catarina. Ele disse que não importava o que acontecesse, ela sempre seria sua e que ele esperaria por ela, mesmo que isso levasse uma vida inteira, mesmo que tivesse que esperar na outra vida.

Catarina beijou Tomé naquela noite pela primeira e única vez e sentiu que estava roubando um momento de felicidade de um futuro que nunca lhe pertenceria. Se você está sentindo essa dor junto com Catarina, deixa teu like e comenta, porque essa história precisa ser lembrada para que nunca se repita. O dia do casamento chegou como uma tempestade inevitável.

Era uma manhã de novembro e o céu estava limpo de um azul profundo, sem nenhuma nuvem. Mas Catarina sentia como se nuvens negras estivessem sobre sua cabeça, pesadas e ameaçadoras. Felismina havia costurado um vestido branco simples, mas bonito, usando o melhor tecido que conseguiu e trabalhando nele todas as noites durante semanas.

Cada ponto era uma oração, cada costura uma lágrima silenciosa. Ela ajudou a filha a se arrumar com mãos trêmulas. Ela penteou os cabelos longos e negros de Catarina e colocou uma grinalda de flores brancas que haviam sido colhidas do jardim da casa Grande. Catarina olhou para o espelho quebrado que havia na cenzala e viu uma estranha olhando de volta.

Aquela moça de vestido branco não era ela. Era apenas uma casca vazia de quem ela costumava ser uma boneca, sendo preparada para ser entregue ao seu novo dono. A cerimônia foi realizada na capela da fazenda São Bartolomeu, uma construção simples com paredes de taipa e teto de sapé, onde os escravizados eram obrigados a assistir missa todo domingo.

Estava presente o coronel Eusébio e Sim a Margarida e alguns outros fazendeiros da região com suas esposas, todos vestidos em suas melhores roupas, como se aquilo fosseuma grande celebração. Tomé estava lá também forçado a assistir, como todos os outros escravizados da fazenda. Ele estava no fundo da capela com os olhos vermelhos e a mandíbula travada.

Catarina viu os olhos dele enquanto caminhava até o altar improvisado e sentiu seu coração se despedaçar em mil pedaços. Foi como se alguém tivesse enfiado uma faca em seu peito e a torcesse lentamente. O padre Estevão realizou a cerimônia com voz monótona, recitando as palavras sagradas, como se fossem apenas mais uma tarefa a ser cumprida.

Ele falou sobre obediência, sobre submissão, sobre como a esposa devia servir ao marido. E quando chegou à parte, onde perguntou se Catarina aceitava o Barão Augusto de Silveira como seu esposo, houve um silêncio pesado que pareceu durar uma eternidade. Catarina olhou para sua mãe, que tinha lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela olhou para Tomé, que mantinha os punhos cerrados tão apertados que seus nós dos dedos estavam brancos.

Ela olhou para o barão que a observava com um sorriso satisfeito nos lábios. como um caçador que acabou de capturar sua presa. E então, com a voz quase inaudível, mal mais do que um sussurro, ela disse: “Sim, aquele sim” ecoou pela capela como uma sentença final, como o som de uma porta sendo fechada para sempre. O barão colocou um anel simples de ouro no dedo de Catarina, um anel que pesava como uma corrente, e então a puxou para um beijo que ela recebeu com os lábios fechados e o corpo rígido, tentando se transformar em pedra, tentando desaparecer dentro de

si mesma. Após a cerimônia, houve um pequeno banquete na Casa Grande, com comidas finas que haviam sido preparadas durante dias. Tinha peru assado, tinha doces de abóbora, tinha quitandas e bolos, tinha vinho tinto servido em taças de cristal. Mas Catarina não comeu nada. Ela apenas ficou sentada ao lado do barão, enquanto ele conversava animadamente com os outros fazendeiros sobre a safra de café e os preços do mercado e as notícias que vinham da corte no Rio de Janeiro.

Quando a noite caiu, o barão levou Catarina para sua fazenda, que ficava à 3 horas de cavalgada de São Bartolomeu. Ela foi colocada em uma carruagem coberta e, enquanto se afastava, olhou para trás uma última vez. viu sua mãe em pé na varanda da cenzala, chorando em silêncio, com as mãos sobre o coração. Viu Tomé parado debaixo de uma árvore, olhando para ela, com uma expressão de dor tão profunda que Catarina sentiu como se seu próprio coração estivesse sendo arrancado de seu peito.

A casa do Barão era grande e luxuosa, muito maior e mais rica do que a casa do coronel Eusébio. Tinha dois andares com varandas largas e colunas brancas. tinha jardins bem cuidados com flores importadas e fontes de mármore. Mas para Catarina era apenas uma prisão dourada, uma gaiola com barras invisíveis, mas inquebráveis.

O barão mostrou os cômodos com orgulho, apontando para os móveis importados da Europa, as cadeiras de Mógno, as mesas de jacarandá, os espelhos com molduras douradas. Ele mostrou as cortinas de veludo vermelho que cobriam as janelas, os tapetes persas que cobriam os pisos de madeira, os quadros com pinturas de paisagens europeias.

Ele falou sobre como ela seria a senhora daquela casa e como deveria se comportar com elegância e submissão. Ele disse que ela teria criadas para servi-la, que usaria vestidos finos, que jantaria em pratos de porcelana. Ele falou como se estivesse lhe dando presentes, mas Catarina sabia que tudo aquilo tinha um preço e que esse preço seria pago com seu próprio corpo e sua própria alma.

Catarina apenas concordava com a cabeça, sem realmente ouvir as palavras, tentando se desconectar da realidade, tentando flutuar para longe dali, para um lugar onde dor pudesse alcançá-la. Quando chegou a hora de ir para o quarto conjugal, Catarina sentiu suas pernas fraquejarem. O quarto era enorme, com uma cama de docel coberta com lençóis de linho fino.

Havia velas acesas por toda parte, criando sombras dançantes nas paredes. O barão percebeu seu medo e riu uma risada baixa e satisfeita, dizendo que ela logo se acostumaria, que todas as mulheres tinham medo no começo, mas que era seu dever, como esposa, satisfazê-lo. Aquela primeira noite foi a mais longa e dolorosa da vida de Catarina.

Ela fechou os olhos e tentou imaginar que estava em outro lugar, longe dali, de volta ao riacho com Tomé, ouvindo o som da água correndo livre, mas a realidade era cruel demais para ser ignorada. Quando finalmente terminou e o barão adormeceu ao seu lado, roncando satisfeito, Catarina ficou acordada, olhando para o teto, sentindo-se vazia e quebrada.

Os dias se transformaram em semanas e as semanas em meses. Catarina vivia como uma sombra dentro daquela casa grande. Ela acordava cedo quando o barão já havia saído para inspeccionar suas terras. Ajudava a supervisionar as criadas que trabalhavam na cozinha, embora não tivesseautoridade real sobre elas, porque todos sabiam qual era a sua verdadeira posição naquela casa.

passava as tardes bordando ou lendo livros que o barão havia comprado para ela, como se livros pudessem preencher o vazio que crescia dentro de seu peito. Ele havia trazido romances franceses e poemas portugueses, mas Catarina mal conseguia se concentrar nas palavras. jantava com o Barão todas as noites, ouvindo-o falar sobre seus negócios, sobre política, sobre como o imperador estava governando o país.

E todas as noites, ela cumpria seus deveres conjugais, fechando os olhos e deixando sua mente vagar para longe. O Barão era um homem exigente e controlador. Ele decidia o que Catarina vestia, escolhendo pessoalmente seus vestidos todas as manhãs. decidia o que ela comia, ordenando ao cozinheiro que preparasse apenas o que ele considerava apropriado para uma senhora.

Decidia com quem ela podia ou não conversar, proibindo-a de falar muito com as criadas, porque dizia que ela precisava manter distância e autoridade. Ele a tratava como uma boneca preciosa que deveria estar sempre impecável, sempre bonita, sempre disponível para satisfazer seus desejos. Catarina aprendeu a desligar sua mente do seu corpo.

Ela criou um mundo interno, onde Tomé ainda existia, onde o riacho ainda corria livre, onde sua mãe ainda costurava vestidos e cantava canções antigas da África que ela havia aprendido com sua própria mãe. Nesse mundo interno, ela ainda era livre, ainda era dona de si mesma, ainda tinha esperança. Felismina conseguia enviar notícias através de Geraldo, um escravizado mais velho, que fazia entregas entre as fazendas, levando sacas de café ou farinha ou tecidos.

Ele trazia cartas escritas por outra pessoa, já que Felismina não sabia ler nem escrever. Nessas cartas, ela contava sobre a vida em São Bartolomeu, sobre como as chuvas haviam sido boas e a colheita farta, sobre como sim a Margarida havia ficado doente, mas estava melhorando. E sempre no final das cartas, ela mencionava Tomé, dizendo que ele continuava trabalhando na lavoura, mas que havia perdido o brilho nos olhos que ele trabalhava em silêncio, sem mais cantar as canções que costumava cantar.

Catarina respondia com cartas igualmente ditadas para uma das criadas da casa do Barão, uma mulher chamada Luanda, que sabia ler e escrever, e que tratava a Catarina com gentileza. Nessas cartas, ela dizia que estava bem, que a casa era bonita e que ela tinha tudo o que precisava.

Mas ela nunca mencionava o vazio que sentia, nunca mencionava as noites em que chorava em silêncio enquanto o barão dormia ao seu lado. Nunca mencionava os dias em que pensava em pegar uma das facas da cozinha e acabar com tudo de uma vez. Passaram-se dois anos desde o casamento. Catarina agora tinha 20 anos, mas parecia muito mais velha.

Seu rosto havia perdido a suavidade da juventude, ganhando linhas de expressão que não deveriam estar ali tão cedo. Seus olhos não brilhavam mais. Ela havia aprendido a ser a esposa perfeita, aos olhos do barão e dos visitantes que frequentavam a casa. Ela sorria quando devia sorrir, falava quando lhe pediam para falar e se mantinha em silêncio o resto do tempo.

Ela servia chá para as esposas dos outros fazendeiros que vinham visitá-la e conversava sobre receitas e bordados e como era uma sorte ter se casado com um homem tão generoso. O Barão estava satisfeito com sua aquisição e gostava de exibi-la quando tinha convidados apontando para ela com orgulho, como prova de seu bom gosto e de seu poder.

Mas havia algo que incomodava o Barão cada vez mais. Catarina não havia engravidado, apesar de todos os seus esforços, apesar de todas as noites em que ele a possuía esperando que ela lhe desse um herdeiro. Ele começou a ficar impaciente e a culpá-la, dizendo que ela era defeituosa, que não servia nem mesmo para dar-lhe um filho, que talvez tivesse feito uma má escolha ao se casar com ela.

Ele a levou a médicos que a examinaram e disseram que ela parecia saudável, que não havia razão aparente para não engravidar. O barão então começou a ser mais agressivo, mais insistente, como se a quantidade de vezes pudesse forçar seu corpo a obedecer. Catarina ouvia essas acusações em silêncio e, no fundo do seu coração, agradecia aos céus por não ter que trazer uma criança para aquele mundo de sofrimento.

Ela não poderia suportar ver um filho seu crescer, sabendo que ele ou ela também seria a propriedade do Barão, também seria uma corrente a mais, prendendo-a à aquela vida. Foi em uma tarde de março de 1850 que tudo mudou. Geraldo chegou na fazenda do Barão trazendo mais uma carta de feliz mina, mas desta vez seu rosto estava sério e seus olhos evitavam os de Catarina.

Ela pegou a carta na cozinha, onde estava supervisionando o preparo do jantar, e leu as palavras que outra pessoa havia escrito para sua mãe. As palavras dançavam na sua frente e ela teve que ler várias vezes antes que seucérebro pudesse processar o que estava escrito ali. Tomé havia morrido. Ele havia tentado fugir da fazenda São Bartolomeu, junto com outros três escravizados, Dandara, Calu e Adelino.

Haviam planejado durante meses guardando comida roubada, fazendo mapas das rotas para os quilombos. Mas alguém os havia delatado e os capitães do mato os capturaram antes mesmo que saíssem das terras da fazenda. O coronel Eusébio ordenou que fossem castigados publicamente, como exemplo para os outros, para mostrar o que acontecia com quem ousava buscar liberdade.

Tomé foi açoitado até a morte na frente de todos os escravizados da fazenda. Levou 50 xibatadas que rasgaram sua pele e sua carne, até que ele desmaiou e mais 20 depois disso. Seu corpo foi deixado amarrado no tronco por três dias, sob o sol escaldante e a chuva fria, como aviso para qualquer um, que pensasse em buscar liberdade.

Depois o jogaram em uma cova rasa, sem cerimônia, sem oração, sem nada que marcasse que ali havia existido um ser humano que amou e foi amado. Catarina leu aquelas palavras uma vez, depois outra, depois mais uma vez, até que as letras começaram a se embaralhar na sua frente. Ela sentiu algo quebrar dentro dela, algo que ainda mantinha uma pequena chama de esperança acesa.

Agora essa chama se apagou completamente, deixando apenas escuridão fria e vazia. Ela não gritou, ela não chorou, ela apenas dobrou a carta cuidadosamente e a guardou junto com as outras no fundo de uma gaveta, onde guardava suas poucas posses pessoais. Naquela noite, Catarina teve uma visão. Ela sonhou que estava de volta ao riacho e que Tomé estava lá esperando por ela exatamente como costumava estar.

Ele estava usando roupas brancas, limpas, e tinha aquele sorriso doce que ela tanto amava, aquele sorriso que iluminava seu rosto e fazia seus olhos brilharem. Ele estendeu a mão para ela e disse que era hora de ir, que ele havia esperado por ela e que agora eles podiam finalmente ser livres.

Ele disse que do outro lado não havia senhores nem escravizados, não havia dor, nem sofrimento, apenas paz e liberdade. Catarina acordou sobressaltada com o coração batendo forte e, por um momento, não soube onde estava. Ela olhou para o lado e viu o barão dormindo profundamente, roncando levemente, com a boca entreaberta e um fio de saliva escorrendo pelo canto dos lábios.

Ela se levantou devagar, tomando cuidado para não acordá-lo, e foi até a janela. A lua estava cheia e iluminava o pátio da fazenda com uma luz prateada, tornando tudo fantasmagórico e irreal. Catarina sabia o que precisava fazer naquele momento. Ela não tinha mais nada que aprendesse a este mundo. Sua mãe sobreviveria como sempre havia sobrevivido forte e resiliente.

Tomé estava morto, esperando por ela do outro lado. E ela já estava morta por dentro há muito tempo. Seria tão fácil. Haveria tantas maneiras. Mas então, Catarina pensou em Tomé, em como ele havia morrido buscando liberdade, e algo dentro dela se revoltou. Ele não havia desistido. Ele havia lutado até o fim e ela também lutaria, só que de uma forma diferente.

Catarina desceu as escadas silenciosamente, seus pés descalços não fazendo nenhum som no chão de madeira. foi até a cozinha, onde tudo estava escuro e silencioso. Ela pegou um pedaço de pão que havia sobrado do jantar e um copo d’água e sentou-se à mesa grande, onde tantas vezes havia servido jantares para o Barão e seus convidados.

Ela pensou em todas as injustiças que havia testemunhado em todas as vidas que foram quebradas e destruídas pelo sistema cruel da escravidão. Ela pensou em sua mãe, que nunca conheceu a liberdade, mas que sempre manteve a dignidade, sempre manteve sua humanidade, mesmo quando o mundo conspirava para tirar isso dela.

Ela pensou em Tomé, que morreu buscando algo que deveria ser direito de todos, que preferiu morrer livre do que viver escravizado. Ela pensou em todas as catarinas que existiram antes dela e que viriam depois dela. Mulheres cujos corpos eram tratados como mercadoria, cujas vontades não importavam que eram compradas e vendidas e usadas sem nunca serem perguntadas o que queriam.

E então ela fez uma escolha. Ela não tiraria sua própria vida, porque isso seria dar aos seus opressores uma vitória fácil, seria deixá-los vencer, seria admitir derrota. Em vez disso, ela viveria, mas viveria de uma forma diferente. Ela se tornaria uma lembrança viva de tudo o que estava errado naquele mundo.

Ela encontraria maneiras de resistir, maneiras de lutar, maneiras de fazer diferença, mesmo que fossem pequenas. Nos meses que se seguiram, Catarina começou a mudar sutilmente de formas que o Barão não percebia imediatamente. Ela ainda desempenhava suas funções como esposa, ainda sorria quando devia sorrir, ainda cumpria seus deveres conjugais, mas começou a ensinar as criadas da casa a ler e escrever em segredo.

Luanda foi a primeira a quem ela ensinou e depois outras vieram. Elas se reuniam tarde danoite depois que o barão dormia na cozinha ou no quarto de costura. Catarina usava os livros que o Barão havia comprado para ela e ensinava letra por letra, palavra por palavra. Ela compartilhava com elas as histórias que sua mãe lhe havia contado sobre a África, sobre reinos poderosos, onde pessoas de pele escura eram reis e rainhas, sobre a resistência, sobre a importância de nunca esquecer de onde vieram. Ela plantava pequenas sementes

de rebelião, não através de violência, mas através de conhecimento e consciência. Ela ensinava que eram humanas, que tinham valor, que mereciam dignidade e liberdade. O barão percebeu que algo havia mudado em Catarina, mas não conseguia identificar o quê. Ela ainda era obediente, ainda cumpria suas obrigações, mas havia uma força nova em seus olhos, uma determinação que não estava lá antes.

Ele tentou quebrá-la novamente, aumentando seu controle e suas exigências, sendo mais cruel em suas palavras e em suas ações. Mas Catarina havia encontrado algo mais forte do que o medo. Ela havia encontrado o propósito, havia encontrado uma razão para continuar vivendo, que ia além de sua própria sobrevivência. Passaram-se mais três anos.

Catarina agora tinha 23 anos e a casa do Barão havia se tornado secretamente um ponto de encontro para escravizados que buscavam aprender e se fortalecer. Ela ensinava não apenas a ler e escrever, mas também sobre dignidade, sobre o valor da vida humana, sobre a esperança de que um dia as coisas poderiam mudar. Algumas das criadas conseguiram fugir com a ajuda discreta de Catarina, que fornecia mapas desenhados à mão, informações sobre rotas seguras, nomes de pessoas que poderiam ajudar no caminho. O Barão nunca suspeitou que sua

própria esposa estava sabotando o sistema que o enriquecia, que a mulher que dormia ao seu lado todas as noites estava trabalhando contra ele. Félix Mina continuava enviando cartas através de Geraldo e em uma delas contou que havia rumores de que a escravidão não duraria para sempre. Havia pessoas na corte que falavam sobre abolição.

Havia movimentos abolicionistas crescendo nas cidades. Havia até mesmo alguns fazendeiros que estavam libertando seus escravizados. Catarina guardou essa informação no coração como um tesouro precioso. Ela não viveria para ver o fim da escravidão, mas talvez as crianças que ela estava ensinando viveriam. Talvez elas conheceriam a liberdade que lhe foi negada.

O barão adoeceu no inverno de 1852. Era uma febre forte que o deixou acamado por semanas, delirando e tremendo. Médicos vieram de longe, mas nada parecia funcionar. Catarina cuidou dele porque era seu dever, porque era esperado dela, mas não sentiu pena nem compaixão. Ela apenas cumpria os movimentos mecânicos de uma enfermeira, dando-lhe água quando pedia, colocando panos frios em sua testa, trocando seus lençóis suados, enquanto sua mente estava em outro lugar, pensando nas mulheres que ela estava ajudando, pensando nas sementes de mudança que

estava plantando. O barão delirava em sua febre, falando sobre negócios, sobre dinheiro, sobre terras, mas nunca sobre amor, nunca sobre as vidas que havia destruído, nunca pedindo perdão por nada. Quando ele finalmente morreu em uma madrugada fria de julho, Catarina não derramou uma lágrima. Ela apenas fechou os olhos dele, chamou os criados para preparar o corpo e começou a planejar seu próximo passo.

Como viúva, Catarina herdou parte das propriedades do barão, mas logo descobriu que ele estava profundamente endividado. Havia empréstimos que ela desconhecia, dívidas de jogo que ele havia escondido. Os credores vieram rapidamente e tudo seria confiscado para pagar as dívidas. Catarina não se importou com a perda da casa grande ou das terras.

Ela vendeu o que pôde antes que os credores chegassem. Vendeu as joias que o barão lhe havia dado, os vestidos finos, os móveis importados, e com o dinheiro fez algo que surpreendeu a todos. Ela comprou a liberdade de várias pessoas escravizadas, incluindo Luanda e as outras criadas que ela havia ensinado. Ela usou cada centavo que conseguiu para libertar o máximo de pessoas possível.

Catarina voltou para a fazenda São Bartolomeu com o pouco que lhe restava. Felizmina ainda estava viva, embora muito mais fraca e doente. Ela tinha agora 60 anos e carregava o peso de uma vida inteira de trabalho forçado. Quando mãe e filha se reencontraram, elas se abraçaram e choraram todas as lágrimas que haviam guardado por tantos anos.

Elas choraram por Tomé por todos os anos perdidos por todo o sofrimento. Catarina contou tudo o que havia passado e Felismina o viu com o coração partido, mas também com orgulho imenso de ver que sua filha havia encontrado uma forma de resistir e de fazer diferença de transformar sua dor em algo significativo.

O coronel Eusébio havia morrido dois anos antes e agora era seu filho Domingos Ferraz, quem administravaa fazenda. Ele era um pouco menos cruel que o pai, mas ainda assim mantinha o sistema de escravidão funcionando, porque era tudo o que conhecia, era a base de sua riqueza e poder. Catarina usou o resto do dinheiro que tinha guardado para comprar a liberdade de sua mãe.

Foi um processo demorado que envolveu negociação e pagamentos, mas finalmente conseguiu. Foi um momento de alegria indescritível quando Felismina recebeu a carta de alforria. Ela segurou o papel com mãos trêmulas, mal podendo acreditar que aquilo era real. Ela tinha 62 anos e, pela primeira vez em sua vida era livre.

Livre para ir onde quisesse, livre para fazer o que quisesse, livre para simplesmente existir sem pertencer a ninguém. Mãe e filha deixaram a fazenda São Bartolomeu e foram viver em uma pequena cidade nas montanhas. Era uma cidade pequena, com ruas de terra e casas simples, mas era delas. Catarina continuou costurando como sua mãe lhe havia ensinado, e usou suas habilidades para ganhar a vida.

honestamente, ela fazia vestidos para as mulheres da cidade e logo ficou conhecida pela qualidade de seu trabalho. Ela nunca se casou novamente. Ela dizia que seu coração pertencia a Tomé e que nenhum outro homem jamais ocuparia aquele espaço. Alguns homens tentaram cortejá-la, mas ela recusava gentilmente, dizendo que já havia sido casada uma vez e que isso era suficiente para uma vida inteira.

Felizmina viveu mais 5 anos desfrutando de cada momento de liberdade como se fosse um presente precioso. Ela sentava no alpendre da pequena casa que dividiam e olhava para as montanhas, simplesmente aproveitando o fato de que podia fazer isso, que ninguém iria mandá-la trabalhar ou chicoteá-la. Ela faleceu pacificamente durante o sono, uma noite de abril cercada pelo amor de sua filha.

Catarina enterrou sua mãe em um pequeno cemitério na colina que ficava acima da cidade, um lugar bonito onde o vento soprava suave e dava para ver as montanhas ao longe. Ela plantou flores silvestres sobre seu túmulo, as mesmas flores amarelas que Tomé costumava colher para ela junto ao riacho.

Ela visitava o túmulo toda semana, levando flores frescas e conversando com sua mãe, contando sobre as pessoas que estava ajudando, sobre as sementes que continuava plantando. Catarina viveu até os 48 anos. Ela continuou ensinando pessoas a ler e escrever sempre em segredo, sempre com cuidado, porque mesmo na cidade pequena havia pessoas que não aprovavam que escravizados ou ex-escravizados fossem educados.

Ela viu a lei do ventre livre ser promulgada em 1871 e chorou de emoção, sabendo que pelo menos as crianças nascidas dali em diante de mulheres escravizadas seriam consideradas livres, que teriam uma chance que lhe foi negada. Ela não viveu para ver a abolição completa da escravidão que só viria em 1888, mas morreu sabendo que havia contribuído à sua maneira para plantar sementes de mudança.

No seu leito de morte, cercada por algumas das mulheres que ela havia ajudado a libertar e por outras que ela havia ensinado, Catarina pediu que contassem sua história. Ela disse que queria que as pessoas soubessem sobre Tomé, sobre o amor que eles compartilharam, sobre como ele morreu buscando liberdade. Ela disse que queria que se lembrassem de sua mãe felismina, que manteve sua dignidade e sua humanidade através de décadas de escravidão.

Ela disse que queria que todas as histórias fossem contadas, todas as vidas fossem lembradas. Ela disse que a memória era a forma mais poderosa de resistência, porque enquanto as histórias fossem contadas, enquanto os nomes fossem lembrados, os que sofreram não seriam esquecidos e suas lutas não teriam sido em vão. E se essa história atravessou teu peito e fez teu coração apertar, se inscreve no canal agora e me conta de qual cidade e estado você está me ouvindo, porque quero saber que em cada canto desse Brasil imenso ainda existem pessoas que se importam

com essas memórias, que querem manter vivas essas histórias. Deixa teu comentário, compartilha com quem precisa ouvir e vamos manter viva a história de Catarina de Tomé de Felismina e de todos aqueles que resistiram mesmo quando tudo conspirava contra eles. A história não pode ser apagada, não deve ser esquecida.

E enquanto houver quem conte enquanto houver quem ouça essas almas, nunca estarão verdadeiramente mortas. Elas vivem em cada palavra, em cada memória, em cada coração que se recusa a esquecer. Segue o canal, compartilha essa história e juntos vamos honrar aqueles que vieram antes de nós, aqueles que sofreram para que um dia pudéssemos ser livres.